No último sábado, 10 de abril, o mundo da luta acompanhou o legendário UFC 112, realizado no mais rico dos sete emirados árabes, Abu Dhabi.
Mais uma vez, o assunto da noite foi a péssima atuação do campeão mundial dos médios, Anderson Silva, que, sem demonstrar o menor respeito pelo adversário, o também brasileiro Demian Maia, e pelo público, brincou e dançou durante os cinco rounds do combate.
O que se pode dizer, depois de tanta auto-humilhação, é que aquilo não foi uma apresentação de MMA, mas um apelo para ser contratado por um circo. Para quem não assistiu à luta, vale a pena ver na internet a triste decadência de um mito, que conseguiu ir de herói a palhaço em apenas 25 minutos.
Ainda assim, sempre tem aqueles que defendem a atitude de Anderson, dizendo que isso é apenas uma estratégia de campeão, parecida com aquela utilizada por Muhammad Ali. O que posso dizer sobre essa triste justificativa é que Ali também extrapolava os limites da arrogância e, às vezes, agia como se fosse o dono do mundo durante as chamadas de suas lutas. Contudo, dentro do ringue, sua atitude era outra. Aliás, ninguém descreve melhor o que o ex-campeão de boxe fazia nas lutas do que o próprio Ali: “Me movimento como uma borboleta e pico como uma abelha”.
Voltando ao UFC. Em entrevista logo após o evento, o presidente da franquia, Dana White, afirmou que estava super desapontado com o brasileiro e que Anderson não o interessava. Acredito que esse seja o pensamento de todos que assistiram ou compareceram à luta. Quem pagou ingresso queria ver o desempenho de um guerreiro, mas acabou presenciando a apresentação de um bobo da corte.
De modo geral, podemos dizer que Anderson matou suas chances de ser lembrado pela História como o maior de todos os tempos. Por outro lado, o mundo passou a dar mais valor ao pentacampeão mundial de jiu jitsu Demien Maia, que, embora não tenha feito uma grande luta, acertou bons golpes no campeão. Com o psicológico abalado na mesma proporção que sua carreira, penso que será muito difícil para Silva continuar como campeão mundial dos médios. A menos, é claro, que uma completa mudança de postura e atitude seja diagnosticada em sua personalidade.
Crítica perfeita Edison, se eu fosse dono de algum jornal... já tinha te contratado.
ResponderExcluirNem sabia que tu escrevia bem assim Edison
ResponderExcluirMuito menos que gostava de artes marciais, achava que nosso power ranger davi se encarregava de ser o kung fu freak da turma. Parabéns. Bom, sobre a luta, concordo e discordo de sua posição. É evidente que o Anderson deixou, e muito, a desejar. Tendo em vista todo o investimento (Sheik Tahnoon) e expectativas no 112. Mas não acho que o Anderson tenha condenado toda sua carreira. Não coloco em cheque o caráter dele. Já vi entrevistas de familiares, amigos, e dele próprio, é uma pessoa completamente isenta , que tem amor absoluto pelo esporte. E, por não gostar de sensacionalismo, prefiro olhar para o histórico do lutador, que é brilhante, e não "passar a mão na cabeça", mas tentar comrpreender. Foi um erro e ponto. Você há de convir que a mídia e o próprio staff do ufc (como o Dana White) não são exemplos de profissionalismo. Quantas lutas você já viu no UFC que pareceram ter sido manipuladas?? Carlos Newton x Matt Hugges, BJ Penn x Matt Huges, quase todas todas as defesas e desafios de cinturão do Couture e fora outros. Claramente uma proteção a ídolos nacionais. O UFC se tornou uma marca, e o MMA se tornou um negócio sendo o mercado americano seu maior consumidor. Vendo o Dana White dizer que o anderson não foi profissional e que ele devia se desculpar com o público, foi simplesmente ver hipocrisia sendo cuspida na cara de tantos fãs de MMA. Mas, claro, também entendo sua posição. Tu sempre foi um cara disciplinado e responsável, e como deve praticar algum tipo de luta, é compreensível que você condene as danças provocantes do anderson. Mas a vida dele é o MMA. São três meses de trabalho para 5 rounds. A pressão deve ser imensa. E outra, mesmo que as provocações do Demian não tenham sido tão fortes assim, a ponto de CAUSAR tudo aquilo, ainda sim influenciaram. Conhecendo você, um cara completamente responsável, peço que não incorra no maior erro da mídia brasileira em geral. Esse poço de conservadorismo que gera, não no seu caso, muita hipocrisia.
Um abraço, fico feliz por você.
Tomás, meu camarada.
ResponderExcluirMuito legal ter você aqui no blog. Também não sabia que gostava de artes marciais.
Sobre o comentário a respeito do espetáculo UFC, eu concordo contigo. Muitas lutas parecem, sim, terem sido manipuladas. E muitas vezes o business fala mais alto que o esporte.
No entanto, minha crítica ao Anderson se deve, exclusivamente, à sua falta de respeito durante suas últimas apresentações. Um cara tão bom quanto ele, que sempre se mostrou um profissional competente e digno, não deveria se queimar com essas palhaçadas. O MMA é pegada, entrega, e não provocação e brincadeirinha. Apesar desse post, sou super fã do Anderson, e quero muito ver aquele campeão de antes.
Como praticante de artes marciais, me entristece assistir a uma luta em que toda a ideologia, honra e disciplina ensinadas aos lutadores são jogadas de lado por conta de bobagens.
Não quero ser sensacionalista. Muito menos hipócrita. Só quero ver um combate sério, com lutadores firmes e determinados.
Um grande abraço. Espero vê-lo sempre aqui.
http://www.youtube.com/watch?v=1TOegQIJ_RQ&feature=related
ResponderExcluirsei que não justifica
mas. . .